Relatório de produção acadêmica da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Departamento de Ciências Sociais (DCSo)

Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH)
Campus São Carlos

Plataforma Lattes / outubro de 2020

Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH)
Campus São Carlos

Plataforma Lattes / outubro de 2020

Felipe Ferreira Vander Velden

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (2001), mestrado (2004) e doutorado (2010) pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da mesma instituição, e pós-doutorado (2016-2017) pela Aarhus Universitet, Dinamarca e (2018-2019) pela Universidade Federal do Paraná e Universiteit Leiden (Países Baixos). Desenvolve pesquisas com os Karitiana (Tupi-Arikém) e Puruborá (Tupi-Puruborá) em Rondônia desde 2003, focalizando um conjunto de relações entre humanos e animais, que vão da caça à criação, do comércio ao conhecimento - em aldeias indígenas na Amazônia. Atualmente é professor do Departamento de Ciências Sociais (DCSo) e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). (Texto informado pelo autor)

  • http://lattes.cnpq.br/7289231173735671 (16/09/2020)
  • Rótulo/Grupo:
  • Bolsa CNPq: Nível 2
  • Período de análise: 2011-2020
  • Endereço: Universidade Federal de São Carlos, Centro de Educação e Ciências Humanas. Rodovia Washington Luis, km 235 UFSCAR 13565905 - São Carlos, SP - Brasil Telefone: (16) 33518369 URL da Homepage: http://www.ufscar.br/~dcso/
  • Grande área: Ciências Humanas
  • Área: Antropologia
  • Citações: Google Acadêmico

Produção bibliográfica

Produção técnica

Produção artística

Orientações em andamento

Supervisões e orientações concluídas

Projetos de pesquisa

Prêmios e títulos

Participação em eventos

Organização de eventos

Lista de colaborações


Produção bibliográfica

Produção técnica

Produção artística

Orientações em andamento

Supervisões e orientações concluídas

Projetos de pesquisa

  • Total de projetos de pesquisa (10)
    1. 2019-Atual. Multiplicam-se muito nestas terras Os animais exoticos entre povos indigenas no Brasil
      Descrição: Este projeto de pesquisa trienal busca seguir com a investigação, a partir de extensa coleta de dados e revisão bibliográfica e documental, da difusão, introdução, adaptação, circulação e uso de animais de origem exótica (europeia) entre os povos indígenas no Brasil, de modo a constituir um completo panorama dos impactos materiais (produção, territorialidade, cultura material) e simbólicos (mitologia, história, arte) desses seres nas paisagens ameríndias nas terras baixas sul-americanas, segundo nove eixos preliminares de investigação previamente definidos. A partir da coleção e análise do aparecimento e da incorporação desses seres – a saber, galinhas, bois, cavalos, cabras, bodes, porcos, cachorros, gatos (espécies domesticadas), ratos e pombos (sinantrópicos invasores) – nos mais distintos povos ameríndios no Brasil, espera-se extrair uma (ou múltiplas) história(s) alternativa(s) desses seres adventícios no território nacional, bem como compreender as linhas gerais que, a partir do pensamento ameríndio (conforme vem sendo caracterizado pela etnologia regional, sobretudo através dos trabalhos de Eduardo Viveiros de Castro, Philippe Descola e outros), podem caracterizar a aclimatação dessas espécies nas cosmologias e práticas sociais indígenas, configurando novas ou renovadas formas de conhecimento zoológico e mesmo zootécnico e veterinário, bem como construções distintas (ameríndias) do fenômeno da domesticidade. Espera-se, com isso, aliar os estudos em etnologia americanista com as pesquisas antropológicas sobre as relações entre humanos e animais, dois campos que, em que pese a centralidade dos não humanos na vida nas aldeias e nas cosmologias indígenas, ainda pouco dialogam na antropologia.. Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Alunos envolvidos: Graduação: (1) / Mestrado acadêmico: (1) . Integrantes: Felipe Ferreira Vander Velden - Coordenador. Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Bolsa.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.
    2. 2019-Atual. Saberes ecologicos em narrativas mitico-literarias indigenas e em obras da literatura amazonica
      Descrição: A pesquisa em questão procura rastrear os modos pelos quais a literatura amazônica (escrita e oral) aproxima-se crítica e politicamente do meio ambiente em obras poéticas e narrativas, de cunho mitológico, ficcional e histórico-ficcional. Confluem em tais obras as várias figurações da natureza amazônica constitutivas de seus textos, assim como saberes ecológicos tradicionais e críticos. Para tanto, foram selecionadas obras de Márcio Souza (2005; 2001; 1979), Thiago de Mello (1984), Astrid Cabral (2006; 1998), Milton Hatoum (2008; 2006), Inglês de Souza (2012), Vicente Cecim (1988), Benedicto Monteiro (1995; 1990; 1985; 1975; 1974) e Dalcídio Jurandir (1998; 1994; 1992). A tarefa de rastrear envolve também as narrativas de tradição oral, especialmente narrativas indígenas produzidas a partir dos mitos, histórias que, tributárias da oralidade, agora encontram-se com a cultura do impresso e ensaiam já determinado protagonismo no interior da Literatura Brasileira. O que se deve à publicação, nos últimos vinte anos, de livros de autoria indígena individual e coletiva, neste caso em especial as obras dos Desana (AM) e dos Kashinawá (AC). Trata-se, neste caso, de narrativas que mantêm estreito vínculo com as culturas dos povos que as produziram e suas práticas sociais. Os saberes ecológicos das narrativas indígenas podem se distanciar do modo como a literatura amazônica escrita apresenta seu próprios saberes relativos ao meio-ambiente, ou também podem ser emprestados, roubados, deslocados e transcriados pela literatura não indígena produzida em contexto amazônico. Será possível, desse modo, desenhar as conversas, trânsitos, metamorfoses, reverberações e recriações na relação entre ambas as produções, sem deixar de indicar as inúmeras zonas de afastamento motivadas principalmente pelo projeto civilizatório. No que diz respeito às narrativas orais, serão estudadas obras coletivas dos povos Suruí (RO) – Vozes da origem. Estórias sem escrita (1996), dos Cinta-Larga (RO) – Mantere Ma Kwé Tinhin – Histórias de Maloca Antigamente (1988), dos Kashinawá (AC) – Shenipabu Miyui: história dos antigos (1995) e dos Desana (AM) – Antes o mundo não existia: mitologia dos antigos Desana (1995). As produções/manifestações literárias indígenas guardam saberes e podem ser lidas de muitos modos. Esta pesquisa experimenta a hipótese de que possuem, em maior ou menor grau, críticas potentes em relação ao modo como o mundo ocidental-capitalista, não indígena, tem se relacionado violentamente coma natureza nas suas mais diversas manifestações de alteridade: animais, plantas, objetos, espíritos tomando-os predominantemente como objetos (ou recursos; são raros os casos em que surgem como sujeitos), ao passo que determinadas obras literárias amazônicas de autores não indígenas, ao que indica a sua leitura, predominantemente carregam traços majoritários da razão e da imaginação ocidentais e, muitas vezes naturalizam implícita ou explicitamente a destruição do meio-ambiente em suas narrativas, enquanto outras obras, em menor número, adotam a perspectiva Ecocrítica em relação ao modo como os ocidentais têm subjugado a natureza, guardando afinidade com os saberes indígenas acima mencionados.. Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Integrantes: Felipe Ferreira Vander Velden - Coordenador / Helio Rodrigues da Rocha - Integrante / Heloísa Helena Siqueira Correia - Integrante. Financiador(es): Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Rondônia - Auxílio financeiro.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.
    3. 2018-2019. Tupis, tapuias, cavalos e bois: animais domesticos europeus nos mundos indigenas no Brasil holandes (1630-1654)
      Descrição: As espécies animais nativas das Américas desde cedo atraíram a atenção dos europeus, e os resultados desse encontro entre o conhecimento zoológico do Velho Mundo e as exóticas criaturas do Novo já foram objeto de vários importantes estudos (Asúa French 2005; Billé 2009). Sabemos, ainda, que a chegada dos europeus na América propiciou um outro encontro entre sabers humanos e espécies animais previamente desconhecidas, a saber, aquele entre os povos ameríndios e os animais introduzidos com a conquista: bois, cavalos, burros, galinhas, cachorros, porcos, gatos, ratos, pombos e outros, sem falar nos microorganismos (Crosby 1973). Tais encontros, que se desdobraram deste lado do Atlântico, restam muito menos conhecidos do que os impactos da fauna Americana na Europa, dada a escassez de registros escritos e a um desinteresse geral – ao menos por parte da antropologia – pelas dimensões cotidianas da vida social, dimensão na qual a maior parte desses seres exógenos acabou inserida. Assim, muito ainda resta a fazer no rumo da compreensão da chegada, introdução, difusão, adaptação, circulação e uso desses seres exóticos (europeus ou africanos) entre os povos indígenas no Brasil, a fim de começar a construção de um panorama geral dos impactos materiais (na produção, territorialidade, tecnologia) e simbólicos (na mitologia, ritual, história, arte) dessas espécies nas paisagens ameríndias das terras baixas sul-americanas. Uma dessas paisagens, objeto do presente projeto de pesquisa, refere-se ao período da ocupação holandesa do nordeste do Brasil (1630-1654): trata-se de investigar os modos como os povos indígenas nos litorais e sertões do Brasil holandês conheceram e finalmente adotara os animais introduzidos, incorporando-os em suas concepções de mundo e em suas práticas cotidianas e rituais. Sabe-se que a fauna brasileira impressionou grandemente cientistas e artistas batavos (Brienen 2007). Mas, em meio aos relatos, desenhos e pinturas das estranhas criaturas nativas, podemos encontrar, aqui e ali, testemunhos da difusão e aclimatação de espécies adventícias, incluindo sua presença e uso em aldeias indígenas na região. Este projeto busca, desta forma, iluminar uma faceta ainda pouco explorada do mundo colonial Atlântico: se houve intenso tráfico de conhecimentos e de espécimes da América para a Europa (Françozo 2014), existiu também um fluxo oposto, da Europa para o Novo Mundo, que trouxe animais e os “pacotes tecnológicos” envolvidos nos processos de domesticação e aproveitamento (cf. Descola 2002). Este trânsito teve enorme impacto na história do Brasil, tal como ilustrado pela importância da difusão do gado pelos vastos interiores do país. Ademais, o aparecimento desses seres teve, igualmente, relevância para os povos ameríndios, como demonstram alguns estudos (Vander Velden 2012). O objetivo deste projeto, assim, é dar continuidade à tarefa de compreender o surgimento e a eventual adoção de animais exóticos nos mundos indígenas no Brasil – com especial foco no Brasil holandês –, buscando compreender de que formas esses seres foram percebidos, conhecidos e incorporados por estes povos em suas cosmologias e em suas atividades materiais.. Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa. Integrantes: Felipe Ferreira Vander Velden - Coordenador.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.
    4. 2018-Atual. BRASILIAE. Indigenous Knowledge in the Making of Science. Historia Naturalis Brasiliae (1648)
      Descrição: BRASILIAE takes the book Historia Naturalis Brasiliae published in 1648 by Piso and Marcgraf, as its central focus. The HNB is one of the most comprehensive products of the encounter between early modern European scholarship and Brazilian indigenous knowledge. In an encyclopedic format, it brings together information about the natural world, linguistics, and geography of Brazil as understood and experienced by indigenous Tupi peoples, enslaved Africans, Luso-Brazilians, and the Dutch colonisers. Its method of construction embodies the intercultural connections that shaped practices of knowledge production in colonial settings across the globe, and is the earliest example of such in Brazil. The BRASILIAE project investigates how indigenous knowledge was collected, registered, understood, and transformed into European science by focusing on ethnobotanics, ethnozoology, and indigenous material culture.. Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Alunos envolvidos: Doutorado: (2) . Integrantes: Felipe Ferreira Vander Velden - Integrante / Mariana de Campos Françozo - Coordenador / Mireia Alcantara Rodriguez - Integrante / Leandro Matthews Cascon - Integrante.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.
    5. 2018-Atual. Tupi, tapuia, horses, and cattle: European domesticates in the Native worlds in Dutch Brazil (1630-1654)
      Descrição: Native species of the Americas have always attracted the attention of European explorers and settlers, and the results of these encounters between the zoological knowledge of the Old World and the exotic creatures of the New World have already been the subject of several studies. The arrival of the Europeans in the Americas also triggered an encounter between indigenous peoples and unknown animal species introduced with the conquest. These encounters, which have all unfolded on this side of the Atlantic, remain less known than the impact of American fauna in Europe, given the scarcity of written records and the general disinterest on the daily dimensions of social life. There is, therefore, still much to be done in the search for an understanding of the arrival, diffusion, introduction, adaptation, circulation and use of exogenous or alien animals (European or African) among indigenous peoples in Brazil, in order to start building a complete overview of the material and symbolic impacts of these beings in Amerindian landscapes in Lowland South America.#10;This research proposal therefore aims to explore sources available in the archives and libraries in the Netherlands, in order to initiate this broad project of investigation into the trajectory of introduced animals in Lowland South America, with special attention to the ways in which indigenous peoples in northeastern Brazil have known and eventually incorporated these beings into their worldviews and practices. The American fauna impressed Dutch scientists and artists who were in Brazil between 1630-1654. Amidst reports, drawings and paintings of the strange animals found by the Dutch, we can find testimonies of the diffusion and acclimatization of the adventitious species brought by the Portuguese in the previous period, including references to the presence and uses of these animals among native Amerindians. This scenario illuminates yet another unexplored facet of the colonial Atlantic world: if there was an intense traffic of knowledge and specimens from America to Europe, there was also an opposite flow which brought animals and the quot;technological packagesquot; from Europe to the New World. This transit of animals had an enormous impact on the history of Brazil, including a significant relevance among native indigenous peoples.. Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Integrantes: Felipe Ferreira Vander Velden - Coordenador / Mariana de Campos Françozo - Integrante. Financiador(es): Coimbra scholarship for Young Professors and Researchers from Latin America - Auxílio financeiro.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.
    6. 2016-2017. Bravos e mansos Uma etnografia multiespecifica da caca entre os Karitiana (Rondonia)
      Descrição: Este projeto de pesquisa buscará uma leitura etnográfica multiespecífica da caça entre os Karitiana, povo indígena Tupi-Arikém no norte do estado de Rondônia, sudoeste da Amazônia brasileira. Partindo de relatos etnográficos de relações interespecíficas entre os caçadores Karitiana e suas presas não humanas – ou seja, uma etnografia relacional da caça –, a presente proposta espera colocar-se no cruzamento entre os estudos sobre caçadores, as etnografias multiespécies, a etnologia ameríndia, e a etologia comportamental e cognitiva, de modo a investigar como humanos e animais percebem-se mutuamente durante as interações cinegéticas – sempre do ponto de vista Karitiana – e aprendem uns com os outros em processos de “tornar-se com” (becoming with, conforme a sugestão de Donna Haraway). Tais processos caracterizam as relações interespecíficas ao longo do tempo como processos coevolutivos ou simbióticos que conformam cenários multiespecíficos. Disso resultará interrogar o que sabem os Karitiana sobre o que sabem os animais; ou, dito de outra forma: o que seria uma teoria da mente animal para os Karitiana. O presente projeto espera justificar a permanência de sete meses junto ao Departamento de Antropologia da Universidade de Aarhus (Dinamarca), departamento que concentra importantes pesquisadores, projetos e grupos de pesquisa interessados nas relações multiespecíficas e interespecíficas, assim como na caça e nas interações entre predadores e presas em perspectiva antropológica. Espera-se, assim, poder: 1) Discutir a caça na perspectiva das relações e multiespecíficas; 2) Seguir com o profícuo diálogo comparativo estabelecido entre Amazônia e Sibéria (e outras regiões do mundo), a partir da reflexão sobre a caça e as relações entre humanos e animais no assim chamado Antropoceno.. Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa. Integrantes: Felipe Ferreira Vander Velden - Coordenador. Financiador(es): Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Bolsa.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.
    7. 2015-Atual. O Quilombo do Carmo e suas territorialidades
      Descrição: Este projeto decorre das atividades ligadas ao Termo de Execução Descentralizada celebrado entre a UFSCar e o INCRA, sob minha coordenação, e que tem por objetivo a produção do Relatório Antropológico relativo à Comunidade Remanescente de Quilombo do Carmo, localizada no município de São Roque/SP. Uma das exigências para a realização do Relatório Antropológico feita ao INCRA era que a equipe de pesquisadores conduziria, juntamente com as pesquisas para fundamentar o relatório, suas próprias pesquisas individuais em níveis de IC, mestrado e doutorado. Este projeto, assim, constitui o projeto de pesquisa vinculado ao trabalho técnico de confecção do Relatório Antropológico do Carmo, e visa a compreender as distintas territorialidades que se pode mapear nesta comunidade quilombola, sobretudo aquelas moldadas nos relacionamentos com múltiplos seres não humanos (paisagens, animais, plantas, santos e outros seres sobrenaturais, artefatos e outros). O projeto tem, ainda, dimensão comparativa, pois espera incorporar pesquisas realizadas em outras comunidades remanescentes de quilombo no Brasil que interroguem as mesmas questões.. Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Alunos envolvidos: Mestrado acadêmico: (1) Doutorado: (1) . Integrantes: Felipe Ferreira Vander Velden - Coordenador / Ana Luiza Nardin - Integrante / Daniella Santos Alves - Integrante.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.
    8. 2014-2016. Joias da floresta: um estudo antropologico da circulacao de animais da fauna silvestre entre indios e brancos em Rondonia
      Descrição: O objetivo deste projeto é analisar, em perspectiva antropológica, a circulação de animais selvagens ou silvestres vivos e partes de seus corpos (carne, penas, peles, dentes, ossos, entre outros) por circuitos que conectam as quatro aldeias dos índios Karitiana – grupo de caçadores e horticultores de língua Tupi-Arikém no norte do estado de Rondônia – e o comércio local – definido, neste caso, pelo aparato legal, como tráfico – no município de Porto Velho e em cidades ou povoados vizinhos. Note-se que estas conexões locais entrelaçam-se com redes transnacionais de comércio de animais silvestres (definidas como tráfico internacional), ainda mais nessa região de fronteira que é Rondônia. Trata-se de investigar, a partir da etnografia destes dois polos percorridos pelos animais e suas partes (a floresta e a cidade, tendo a aldeia como ponto médio), como se desenrolam transações cuja mercadoria assume um caráter especial por se tratarem de seres vivos: seja do ponto de vista da ontologia ocidental (em que os animais são seres vivos, no que é subscrita pelo direito brasileiro, para quem a fauna, tutelada, encontra-se protegida dos abusos que se pode cometer contra a vida), seja do ponto de vista Karitiana, para quem mesmo as partes destacadas ou extraídas dos animais apresentam potências que não autorizam caracterizá-las como objetos inertes e as tornam agentivas e, por isso, perigosas. Importa conhecer, portanto, qual o estatuto do animal enquanto objeto em circulação para os Karitiana e para os negociantes ilegais da fauna silvestre (compradores e vendedores), assim como, ao reconstituir os trajetos percorridos pelos animais, investigar como os estatutos, significados e valores desses “objetos” especiais são negociados nas fronteiras das relações interétnicas.. Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa. Integrantes: Felipe Ferreira Vander Velden - Coordenador. Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Auxílio financeiro.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.
    9. 2013-Atual. Domesticos e selvagens, nativos e exoticos: formas de circulacao de animais e outros seres nao humanos entre contextos e categorias
      Descrição: Este projeto reúne um conjunto de pesquisas interessadas na compreensão das distintas modalidades de circulação dos animais e de outros seres não humanos, aqui entendida tanto no sentido do trânsito de seres vivos por diferentes circuitos – comércio, troca, aclimatação, invasão, adoção, abandono, captura – quanto no que se refere aos embaralhamentos categoriais e conceituais que esses trânsitos operam ou proporcionam – e que fazem com que os animais e as plantas, entre outros, oscilem quanto a sua classificação, como domésticos ou selvagens, nativos ou exóticos, endêmicos ou invasores, tradicionais ou modernos, legais ou ilegais, entre outras. O projeto espera agregar etnografias em distintos contextos sociais – povos indígenas, quilombolas e outras populações tradicionais, populações rurais e urbanas – que tratem da movimentação de espécies e espécimes de um lugar para o outro, e dos rearranjos simbólicos que com frequência acompanham tais trânsitos efetivos, almejando sempre não separar a materialidade dos corpos dos animais de seus sentidos simbólicos. Assim, espera-se constituir mapas que permitam uma maior compreensão das modalidades de circulação de animais, vegetais e outros seres em distintos setores da sociedade brasileira, e que permitam localizar as formas por meio das quais essa circulação molda as variadas categorizações sociais e simbólicas dos coletivos não humanos em geral.. Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Alunos envolvidos: Mestrado acadêmico: (3) Doutorado: (4) . Integrantes: Felipe Ferreira Vander Velden - Coordenador / Miriam Rebeca Rodeguero Stefanuto - Integrante / Ana Luiza Nardin - Integrante / Luisa Amador Fanaro - Integrante / Gabriel Sanchez - Integrante / Bruno Silva Santos - Integrante / Ariane Vasques Zambrini - Integrante / Izadora Acypreste - Integrante.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.
    10. 2012-Atual. Os Karitiana entre o passado e o presente
      Descrição: Este projeto visa a dar continuidade às minhas atividades de pesquisa iniciadas em 2002 entre os Karitiana, povo indígena de língua Tupi-Arikém no norte do estado de Rondônia. O projeto busca investigar as diferentes maneiras por meio das quais os Karitiana vêm se adptando ao mundo moderno, lançando mão, para isso, de seus conhecimentos tradicionais, sua cosmologia mitologia e suas formas de organização social e política. Acusados de não mais viverem como indígenas em suas terras demarcadas, os Karitiana sofrem, com isso, bastante preconceito na socieade rondoniense. Este projeto busca situar o grupo neste cenário, e discutir as formas pelas quais os Karitiana permanecem reinventando-se como indígenas e elaborando estratégias para perseguir seus objetivos singulares mesmo neste ambiente hostil.. Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Alunos envolvidos: Doutorado: (1) . Integrantes: Felipe Ferreira Vander Velden - Coordenador / Gicele Sucupira Fernandes - Integrante.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.

Prêmios e títulos

  • Total de prêmios e títulos (2)
    1. 2o. Lugar - Categoria Ciências Sociais - 5o. Prêmio ABEU, pelo livro Joias da Floresta: Antropologia do tráfico de animais, ABEU - Associação Brasileira das Editoras Universitárias.. 2019.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.
    2. Menção Honrosa do Prêmio Capes de Tese 2016 da área de ANTROPOLOGIA / ARQUEOLOGIA pela tese “Os Pataxó em morros brutos e terras fanosas: Descortinando o movimento das puxadas de rama.”, defendida no, CAPES.. 2016.
      Membro: Felipe Ferreira Vander Velden.

Participação em eventos

  • Total de participação em eventos (27)
    1. XI Seminário de Teses e Dissertações do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar.Avaliação do Trabalho de Luciana Godoy. 2019. (Seminário).
    2. (Des)conferência do NEAI.Relações entre humanos e não humanos na Amazônia: interações naturalculturais práticas cinegéticas. 2018. (Encontro).
    3. Encuentro de Intercambio - Taller Internacional Humanos y otros Animales: relaciones en transformación, de la crianza a la predación, en el sur de Sudamérica.Sobre fracasos y éxitos relativos: proyectos de crianza animal en aldeas indígenas de Amazonia. 2018. (Oficina).
    4. II Encontro de Etnologia, História e Política Indígena.Ações em terras: ocupar, retomar, demarcar, mapear e caminhar. 2018. (Encontro).
    5. Taller Internacional Humanos y otros Animales: relaciones en transformación, de la crianza a la predación, en el sur de Sudamérica.Debatedor de dois trabalhos apresentados. 2018. (Oficina).
    6. Taller Internacional Humanos y otros Animales: relaciones en transformación, de la crianza a la predación, en el sur de Sudamérica.Matar sem dó: retomando a ambivalência da caça, do abate e do consumo de carne nas terras baixas sul-americanas. 2018. (Oficina).
    7. Atividades de Extensão e de Intercâmbio Interinstitucional da Linha de Pesquisa de Estudos Étnicos do Pós-Afro.Os primeiros cachorros: encontros interétnicos e multiespecíficos no sudoeste da Amazônia. 2017. (Seminário).
    8. I Seminário Humanimalia - Antropologia das Relações Humano-Animais.Mesa 1. 2017. (Seminário).
    9. Seminário do Mestrado Profissional em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas.Os primeiros cachorros: encontros interétnicos e multiespecíficos no sudoeste da Amazônia. 2017. (Seminário).
    10. Evento Krisis - Antropologia Crítica.O que é um animal? Notas sobre o estatuto da animalidade entre os Karitiana no sudoeste da Amazônia. 2016. (Seminário).
    11. Curso de extensão - Anima: Filosofia e Estudos Animais.Relações entre humanos e animais na Amazônia: breves apontamentos. 2014. (Seminário).
    12. II Seminário Infância Criança Indígena.Debatedor do GT quot;Infância e Crianças: pesquisas em Antropologia da Criançaquot;. 2014. (Seminário).
    13. XII Semana de Ciências Sociais da UFSCar. GT 1: Povos Tradicionais. 2014. (Congresso).
    14. quot;Seminário Temático IV: Antropologia, pós-humanismo e tecnociênciaquot; no IV ReACT - Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia. Debatedor. 2013. (Congresso).
    15. Antropologia na Pós-Graduação.Antropologia da Pós-Graduação da UFSCar. 2013. (Seminário).
    16. Jornadas de Antropologia John Monteiro 2013.Debatedor da Mesa intersecções entre naturezas e culturas. 2013. (Encontro).
    17. Mesa quot;Humanos e não-humanos: linhas, devires e simetrizaçõesquot; no IV ReACT - Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia. Dessas galinhas brancas, de granja: ciência, técnica e conhecimento local nos equívocos da criação de animais entre os Karitiana (RO). 2013. (Congresso).
    18. Seminários ViaLACT - Laboratório de Antropologia da Ciência e da Tecnologia/Universidade de Brasília.Seminários ViaLACT. 2013. (Seminário).
    19. Tierras Bajas: Jornadas de Antropología, Historia y Arqueología. Los hijos perdidos de Yjko: historia y alteridad en las relaciones de los Karitiana con los aislados 'Baixinhos' en la FLONA do Bom Futuro, Rondônia, Brasil. 2013. (Congresso).
    20. XI Semana de Ciências Sociais da UFSCar.Violações dos Direitos Indígenas no Brasil. 2013. (Encontro).
    21. Ameríndia 2012.Enfeites de aldeia: por que os Karitiana apreciam animais de criação. 2012. (Simpósio).
    22. II CIAEE - Congresso Iberoamericano de Arqueologia, Etnologia e Etno-história. Cacos de espíritos: aproximações entre antropologia e arqueologia no caso Karitiana em Rondônia. 2012. (Congresso).
    23. XXIII Semana de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL).GT 04 - Política urbana, segregação racial e ensino de sociologia. 2012. (Encontro).
    24. I Simpósio R@u.Espaços em conflito: temas indígenas contemporâneos. 2011. (Simpósio).
    25. IX Semana de Ciências Sociais.Comentários ao documentário quot;Corumbiaraquot;, de Vincent Carelli. 2011. (Seminário).
    26. Quartas Indomáveis.Enfeites de aldeia: por que os Karitiana apreciam animais de criação (com uma nota sobre a circulação de animais). 2011. (Outra).
    27. XI Semana de Museus - Museu e Memória.Exibição de Documentários. 2011. (Seminário).

Organização de eventos

  • Total de organização de eventos (19)
    1. VANDER VELDEN, F. F.; SAUTCHUK, C. E.. Organização do ST 07 - Técnicas e tecnologias da domesticação: dilemas e transformações nas relações entre humanos e animais na VII Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia. 2019. Congresso
    2. FRANCOZO, M. C. ; VANDER VELDEN, F. F.. Panel 10: Native objects, world histories: studies of Brazilian indigenous objects in European Museums na SALSA XII Sesquiannual Conference. 2019. Congresso
    3. VANDER VELDEN, F. F.. Humanimalia II. 2019. (Outro).. . 0.
    4. VANDER VELDEN, F. F.; CORREIA, H. H. S.. Simpósio II – Os animais na Amazônia: Perspectivas para uma crítica das relações entre humanos e não humanos na floresta tropical - IV Congresso Internacional de Literatura e Ecocrítica. 2018. Congresso
    5. IUBEL, A. F. ; VANDER VELDEN, F. F. ; CAPIBERIBE, A. M. G.. II Encontro de Etnologia, História e Política Indígena. 2018. Congresso
    6. OSORIO, A. ; VANDER VELDEN, F. F.. ST 24 - Viver entre animais: etnografias da recalcitrância e do consentimento. 2017. Congresso
    7. VANDER VELDEN, F. F.; LEAL, N. S.. I Seminário Humanimalia - Antropologia das Relações Humano-Animais. 2017. Congresso
    8. VANDER VELDEN, F. F.; FRANCOZO, M. C. ; ANTUNES, A. P.. Mesa quot;Da Natureza ao mercado: animais como objetos em distintas modalidades de circulaçãoquot;. 2015. Outro
    9. VANDER VELDEN, F. F.; RAMIREZ-GALVEZ, M. ; MEDRANO, C.. GT 32 - Ser humano, ser animal: saberes y haceres en las relaciones entre humanos y animales / XI Reunión de Antropología del Mercosur. 2015. Outro
    10. VANDER VELDEN, F. F.; OTT, A. M. T.. 03.Mitologias e teratologias amazônicas: discutindo critérios indígenas de realidade, historicidade e verdade. 2015. Congresso
    11. VANDER VELDEN, F. F.; VIANNA, A. C. M.. Quartas Indomáveis - Seminários Permanentes do PPGAS/UFSCar 2014. 2014. Congresso
    12. MORAWSKA VIANNA, Catarina; VANDER VELDEN, F. ; MANTOVANELLI, T. ; LIMA, C. P. M. ; DANAGA, A. ; ALMEIDA, L. R. ; SANTIAGO, A. E. ; BARBOSA, A. W. S. ; SANTOS, C. M. ; CHAVES, E. B. ; FERNANDES, K. S. S. T. ; FERREIRA, L. C. ; OLIVEIRA, L. F.. III Seminário de Antropologia da UFSCar. 2014. Congresso
    13. VANDER VELDEN, F. F.; LEIRNER, Piero C.. GT 3: Símbolos e sujeitos: diálogos antropológicos sobre as interações entre humanos e animais/III Seminário de Antropologia da UFSCar. 2014. Congresso
    14. VANDER VELDEN, F. F.; FERNANDES, Estevão Rafael ; FRANCA, L. B. C.. GT 09 - Coletivo Madeira: (re)integrando etnologia, arqueologia e linguística no conhecimento dos povos indígenas na bacia do alto rio Madeira. 2013. Congresso
    15. VANDER VELDEN, F. F.. I Seminário de Antropologia da UFSCar. 2012. (Congresso).. . 0.
    16. BEVILAQUA, C. B. ; VANDER VELDEN, F. F.. GT 5 - Animais e humanos em contextos urbanos e rurais: novas perspectivas sobre relações interespecíficas. 2012. Congresso
    17. VANDER VELDEN, F. F.; ANDRADE, U. M. ; BADIE, M. C.. GT 43 - La relación naturaleza y cultura en su diversidad: percepciones, clasificaciones y práticas (GT 43 da IX RAM - Reunião de Antropologia do Mercosul). 2011. Outro
    18. VANDER VELDEN, F. F.; FERNANDES, Estevão Rafael ; REESINK, Edwin. GT 22 - Etnologia da Amazônia meridional: investigando as populações indígenas nas fronteiras entre a floresta e o cerrado do Brasil central. 2011. Congresso
    19. VANDER VELDEN, F. F.. I Encontro de Pesquisa de Graduação em Ciências Sociais no IFCH-Unicamp. 2001. (Congresso).. . 0.

Lista de colaborações



Data de processamento: 12/10/2020 19:20:52